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Anos dourados, rebeldes e criativos


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Saudosista que sou e amante da boa música brasileira, não podia deixar de conferir no cinema o documentário “Uma noite em 67”, sobre a final do 3º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record.

Já vimos repetidas vezes cenas das músicas finalistas, maravilhosas, a exemplo de Domingo no Parque que me emociona até hoje, mas temos agora imagens dos bastidores do festival e declarações recentes dos principais nomes envolvidos no evento. E nada como viver o clima da época, sensação proporcionada pela telona. Me senti no auditório do Teatro Paramount. Tanto que, no final da execução da primeira música, me vi impelida a aplaudir junto à plateia. Não fiz isso, obviamente, mas o cinema tem esse poder, de nos “inserir na ação”.

Vivemos nos perguntando por que não temos mais festivais como aqueles da Record. Uma série de fatores, porém, explica parte do sucesso desses programas musicais, com destaque para a segunda metade da década de 1960. Entre eles, o momento político, cultural e social da época.

E o que falar do talento daqueles garotos e garotas de 20 e poucos anos? O discurso de Glberto Gil nos bastidores era admirável. Quem vê hoje a lentidão de raciocínio do baiano, esquece o que ele representa na história musical e política do país.

E então voltamos ao presente.

O que temos hoje de genial na música brasileira? O que os jovens nos apresentam, como se manifestam? E o mais importante: o que o público consome, o que faz sucesso?

Felizmente temos a chance de nos reabastecer de boa música, nem que seja voltando no tempo...


Uma Noite em 67
dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil.






www.umanoiteem67.com.br/


www.eradosfestivais.com.br/



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Comentários

  1. Uma pena, mas hoje não tenho mesmo nenhuma esperança de um festival decente de MPB. A tentativa mais recente foi a da TV Cultura, frustrada.

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