Pular para o conteúdo principal

O Universo compõe




Você já deve ter ouvido histórias do tipo.

Quando alguém tem uma grande ideia, na verdade ela é captada do universo naquele momento. As grandes invenções teriam surgido assim, aparentemente do “nada”. O mérito, portanto, não é de quem teve a ideia.

E na música parece também acontecer o mesmo. Grandes artistas já deram declarações a respeito ao explicar o processo de algumas composições. Em bate-papos com o Moska, no programa Zoombido, essa teoria parece se confirmar com alguns músicos. Acompanhe.

Lenine:
“Tem música que é meio de rompante, assim... Que é... buum! Parece que ela tava ali, esperando só a conexão. E ela chega de imediato. E sai a canção quase toda. Como se já estivesse pronta. Você só capturou. E se você não captura, o cara da esquina captura. Não sei dizer como é que é. É um outro tipo de composição.”

Zeca Baleiro:
“É uma coisa mesmo misteriosa. Por que eu faço essa música? Eu não sei porque. Eu posso até detectar alguma informação mais racional nisso, mas tem alguma coisa mesmo que não nos cabe.”

Pedro Luis:
“...saiu no guardanapo. E saiu assim... como uma necessidade fisiológica. Saiu e quando eu olhei estava ela pronta ali. Essas eu fico com a impressão que não são minhas... Normalmente essas músicas são melhores do que eu seria capaz de fazer.”

Se você não anota a idéia, ela se perde?
Chico César:
“Acho que nada se perde... Porque ela não estava aqui antes, devia estar em outro lugar. Então, se você não pegou, não prendeu, então ela pode ir para outro lugar.”

É isso.
Agucem os sentidos! Liguem as antenas!
O Universo compõe.

Comentários

  1. Lu, que delícia descobrir o seu blog!
    Quando eu escrevo alguma coisa que me vale, alguma coisa que acho realmente boa, fico também com essa impressão de que não veio de mim. Algo como ser canal de passagem da Literatura para o mundo palpável.
    Acho que é o mesmo que acontece com a música. Você pegou direitinho o espírito da coisa.

    Eu volto, viu?

    Beijos,
    Amanda.

    ResponderExcluir
  2. Amanda! Só hoje vi seu comentário... sorry... Embora isso seja imperdoável. Grande beijo e agradeço (atrasada, muito atrasada) a visita! :)

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Elis, 70 anos

Não é a voz que canta, é o coração. Essa frase, dita por Elis e citada no show “Elis, 70 anos”, traduz perfeitamente a intérprete Elis Regina. A “Pimentinha” (apelido dado por Vinicius de Moraes por conta de seu gênio forte) cantava não só com o coração, mas também com a alma. Por isso é considerada uma das melhores cantoras brasileiras de todos os tempos. E as histórias contadas pelos amigos-compositores de Elis mostram o quanto ela era séria com seu trabalho ao exigir sempre qualidade de seus compositores. E fazia com que eles se tornassem ainda melhores. Elis só aceitava gravar o que lhe tocava de verdade. E assumia a composição como dela. E convencia. As músicas cantadas por Elis pareciam lhe pertencer. Essa impressão (ou posso dizer essa verdade?) causada pela emoção transmitida na interpretação das canções, não deixava dúvida de que era mesmo o coração que cantava e não a voz. O show “Elis, 70 anos” reuniu amigos de trajetória da cantora, grandes nomes da música nacion...

Israel Kamakawiwo'ole

Israel Kamakawiwo'ole foi um cantor americano, muito popular no seu estado de nascimento, o Havaí. Era descendente de uma linhagem pura de nativos havaianos. Nunca ocultou a sua posição a favor da independência do Havaí e de defesa dos direitos dos nativos. Morreu jovem, aos 38 anos, devido a problemas respiratórios causados pela obesidade mórbida. Mais de 100.000 pessoas compareceram ao seu funeral em 1997. O caixão de madeira estava no edifício do Capitólio, em Honolulu. Suas cinzas foram espalhadas pelo Oceano Pacífico em M'kua Praia. Um de seus álbuns mais famosos foi Facing Future, de 1993, trabalho que o lançou para a fama mundial. Nele encontramos a faixa "Somewhere over the Rainbow - What a Wonderful World", com a voz suave de Israel Kamakawiwo'ole acompanhada pelo seu ukulele.

Histórias e curiosidades

. Muitas histórias são contadas sobre inspirações para músicas, algumas verdadeiras, outras lendas... Fiquei conhecendo uma delas só agora, através do caderno Ilustrada da Folha de SP, que falava sobre o lançamento do álbum “All in One”, de Bebel Gilberto. E aproveito para lembrar o Profeta Gentileza, o avô de Zé Ramalho, a "Maria" de Djavan... “Acabou chorare” Nunca me perguntei de onde vinha esse nome. Marcus Preto escreveu: “... foi composta por Moraes Moreira e Luís Galvão a partir de uma frase de Bebel Gilberto. Ainda bem pequena, ela a disse quando seus pais, João Gilberto e Miúcha, a acudiam de um tombo. A menina costumava misturar português e espanhol, graças a uma temporada vivida no México. Quando viu os mais velhos em volta, aflitos para saber se ela tinha se machucado, Isabelzinha limpou as lágrimas: "Acabou chorare, papai". O episódio foi relatado aos amigos baianos e nascia ali um clássico da MPB.” “Gentileza” A história desta é mais...