Pular para o conteúdo principal

1º de Dezembro



Dia Mundial de Luta contra a AIDS

Artistas, em geral, são imortais. Suas obras permanecem para sempre, tão fortes e vivas como quando foram criadas. E a morte do autor, por vezes, valoriza ainda mais sua obra.
A música tem essa característica, de sobreviver ao seu criador.
A AIDS vitimou grandes nomes da música, que sucumbiram precocemente, no auge do sucesso.

Vítimas da AIDS na Música


Cazuza morreu em 1990, no dia 7 de julho, aos 32 anos. Descobriu que era portador do vírus em 1987, quando foi aos EUA para iniciar um tratamento com AZT, que não surtiu efeito. Foi corajoso ao expor seus momentos finais. Assumiu publicamente estar com AIDS numa entrevista para a revista Veja. “... o cantor... faz questão de morrer em público...”, dizia a matéria, classificada por muitos como sensacionalista.





Freddie Mercury só declarou publicamente que havia contraído o vírus da AIDS horas antes de sua morte, em 24 de novembro de 1991. Disse ter mantido a informação em sigilo para proteger a privacidade das pessoas em torno dele. Morreu aos 45 anos em sua casa, em Londres. Cinco meses depois, um tributo ao cantor reuniu diversos músicos no estádio Wembley, em Londres.












O vocalista da Legião Urbana, Renato Russo, assumiu para todos a homossexualidade em 1988. Nunca declarou publicamente ser portador do vírus da AIDS. Soube que era soropositivo em 1990. No último mês de vida, em depressão, entregou-se completamente à doença. Morreu no dia 11 de outubro de 1996, aos 36 anos, recluso em seu apartamento no Rio de Janeiro.










Acquired Immune Deficiency Syndrome - AIDS


Sindrome da Imuno Deficiência Adquirida - SIDA

O Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, 1º de dezembro, foi instituído em 1988 pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Naquela época a doença estava espalhada por todo o mundo, com número crescente de casos e mortes. Só no final de 1996 houve queda no número de novos infectados como consequência das práticas de sexo seguro.

Já contei, em outra oportunidade, que vivi a época do surgimento da Aids por aqui, quando as pessoas começavam a ser infectadas em nosso país. Trabalhava num ambulatório médico quando os primeiros casos estavam sendo diagnosticados e pouco se sabia sobre os riscos. Não eram conhecidas ainda as maneiras de contágio e temia-se qualquer tipo de contato.
Presenciei várias vezes a saída de pacientes da sala do médico logo após a entrega dos exames. E sabíamos quando o resultado era positivo. Queria poder dizer algo que proporcionasse algum conforto naquele momento. Impossível...
Não acompanhamos nenhum dos casos. Eles eram encaminhados para tratamento em hospital público. Os convênios não assumiam essa responsabilidade. Isso ocorreu antes da descoberta do AZT, quando não havia qualquer esperança para os portadores do vírus.

Por atingir num primeiro momento homossexuais e prostitutas, a Aids era vista como um castigo de Deus. Era preciso achar uma explicação para aquele mal e foi esta a única encontrada. Estávamos na época do amor livre e a Aids veio para brecar esse comportamento.
Mas, com o passar do tempo, a “doença maldita” infectava heteros, hemofílicos, crianças...

A AIDS ainda não tem cura, mas em alguns casos o controle é possível e o portador do vírus consegue sobreviver com a doença. Não podemos esquecer, porém, que o vírus continua atacando indiscriminadamente. A prevenção se faz necessária e é nossa única arma contra o mal.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Elis, 70 anos

Não é a voz que canta, é o coração. Essa frase, dita por Elis e citada no show “Elis, 70 anos”, traduz perfeitamente a intérprete Elis Regina. A “Pimentinha” (apelido dado por Vinicius de Moraes por conta de seu gênio forte) cantava não só com o coração, mas também com a alma. Por isso é considerada uma das melhores cantoras brasileiras de todos os tempos. E as histórias contadas pelos amigos-compositores de Elis mostram o quanto ela era séria com seu trabalho ao exigir sempre qualidade de seus compositores. E fazia com que eles se tornassem ainda melhores. Elis só aceitava gravar o que lhe tocava de verdade. E assumia a composição como dela. E convencia. As músicas cantadas por Elis pareciam lhe pertencer. Essa impressão (ou posso dizer essa verdade?) causada pela emoção transmitida na interpretação das canções, não deixava dúvida de que era mesmo o coração que cantava e não a voz. O show “Elis, 70 anos” reuniu amigos de trajetória da cantora, grandes nomes da música nacion...

Israel Kamakawiwo'ole

Israel Kamakawiwo'ole foi um cantor americano, muito popular no seu estado de nascimento, o Havaí. Era descendente de uma linhagem pura de nativos havaianos. Nunca ocultou a sua posição a favor da independência do Havaí e de defesa dos direitos dos nativos. Morreu jovem, aos 38 anos, devido a problemas respiratórios causados pela obesidade mórbida. Mais de 100.000 pessoas compareceram ao seu funeral em 1997. O caixão de madeira estava no edifício do Capitólio, em Honolulu. Suas cinzas foram espalhadas pelo Oceano Pacífico em M'kua Praia. Um de seus álbuns mais famosos foi Facing Future, de 1993, trabalho que o lançou para a fama mundial. Nele encontramos a faixa "Somewhere over the Rainbow - What a Wonderful World", com a voz suave de Israel Kamakawiwo'ole acompanhada pelo seu ukulele.

Histórias e curiosidades

. Muitas histórias são contadas sobre inspirações para músicas, algumas verdadeiras, outras lendas... Fiquei conhecendo uma delas só agora, através do caderno Ilustrada da Folha de SP, que falava sobre o lançamento do álbum “All in One”, de Bebel Gilberto. E aproveito para lembrar o Profeta Gentileza, o avô de Zé Ramalho, a "Maria" de Djavan... “Acabou chorare” Nunca me perguntei de onde vinha esse nome. Marcus Preto escreveu: “... foi composta por Moraes Moreira e Luís Galvão a partir de uma frase de Bebel Gilberto. Ainda bem pequena, ela a disse quando seus pais, João Gilberto e Miúcha, a acudiam de um tombo. A menina costumava misturar português e espanhol, graças a uma temporada vivida no México. Quando viu os mais velhos em volta, aflitos para saber se ela tinha se machucado, Isabelzinha limpou as lágrimas: "Acabou chorare, papai". O episódio foi relatado aos amigos baianos e nascia ali um clássico da MPB.” “Gentileza” A história desta é mais...