Pular para o conteúdo principal

Gonzaguinha





Contestador? Revolucionário? Romântico?

"A música não faz a revolução. Nosso poder é o de encantar, informar, alegrar e, em determinados momentos, formar." (Gonzaguinha - 1978)

Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior nasceu em 22 de setembro de 1945, no Rio de Janeiro, filho legítimo de Luiz Gonzaga, o rei do baião, e Odaléia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil. A mãe morreu de tuberculose, deixando Gonzaguinha órfão aos dois anos, e o pai, não podendo cuidar do menino porque viajava por todo Brasil, entregou-o aos padrinhos. O aprendizado musical se fez em casa mesmo, ouvindo o padrinho tocar violão e tentando fazer o mesmo. Em 1961, Gonzaguinha, que estava completando 16 anos, foi morar com o pai. Os padrinhos não podiam dar estudos para o garoto, que queria fazer economia. Os desentendimentos com a esposa de Gonzagão fizeram com que o menino acabasse sendo interno em um colégio. Concluiu o Curso Clássico e ingressou na Faculdade de Ciências Econômicas Cândido Mendes (RJ). Começava a mostrar o cidadão consciente social e politicamente. Foi após a criação do M.A.U. (Movimento Artístico Universitário), do qual faziam parte nomes como Ivan Lins e Aldir Blanc, que se difundiu a imagem de Gonzaguinha como um artista agressivo, chegando um jornalista a chamá-lo de "cantor rancor". Para o compositor, sua agressividade foi criada pelo sistema para ele vender mais. Em plena Ditadura, para gravar 18 músicas, Gonzaguinha submeteu 72 à censura - 54 foram vetadas. Apesar de toda perseguição, Gonzaguinha nunca deixou de divulgar seu trabalho: quer seja em discos onde driblava os censores com canções alegóricas, quer seja em shows onde, além de cantar as músicas que não podiam ser tocadas nas rádios, Gonzaguinha não se continha e exprimia suas opiniões e sua preocupação com os rumos que a nação tomava. Em 1975, Gonzaguinha dispensou os empresários e essa atitude foi fundamental para sua carreira. Este ano foi particularmente importante na vida do compositor: tendo contraído tuberculose, Gonzaguinha viu-se obrigado a passar oito meses em casa e aproveitou o tempo para meditar e refletir sobre si mesmo. A mais importante de suas turnês, talvez tenha sido com o show "Vida de Viajante", ao lado do pai Luiz Gonzaga, em 1981. Não apenas um show, "Vida de Viajante" selou o reencontro de pai e filho, a intersecção de dois estilos, o Brasil sertanejo do baião encontrando o Brasil urbano das canções com compromisso social. O acidente que tirou a vida de Luiz Gonzaga Júnior, aconteceu na manhã do dia 29 de abril de 1991, na região sudoeste do Paraná e a cerca de 420 quilômetros de Curitiba. Gonzaguinha seguia a Foz do Iguaçu, onde de lá tomaria um avião com destino a Florianópolis, para a realização de seis shows em Santa Catarina. O Monza dirigido por ele bateu de frente numa caminhonete. Segundo um patrulheiro da policia rodoviária estadual, possivelmente o sol atrapalhou a visão do motorista da caminhonete, pertencente a um matadouro. O motorista cruzou a pista para entrar numa estrada de terra e atingiu o Monza. (http://www.gonzaguinha.com.br/)

"Eu tenho muito prazer pelo meu trabalho. Será uma revolução o dia em que todos os brasileiros trabalharem por prazer."(Gonzaguinha)


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Elis, 70 anos

Não é a voz que canta, é o coração. Essa frase, dita por Elis e citada no show “Elis, 70 anos”, traduz perfeitamente a intérprete Elis Regina. A “Pimentinha” (apelido dado por Vinicius de Moraes por conta de seu gênio forte) cantava não só com o coração, mas também com a alma. Por isso é considerada uma das melhores cantoras brasileiras de todos os tempos. E as histórias contadas pelos amigos-compositores de Elis mostram o quanto ela era séria com seu trabalho ao exigir sempre qualidade de seus compositores. E fazia com que eles se tornassem ainda melhores. Elis só aceitava gravar o que lhe tocava de verdade. E assumia a composição como dela. E convencia. As músicas cantadas por Elis pareciam lhe pertencer. Essa impressão (ou posso dizer essa verdade?) causada pela emoção transmitida na interpretação das canções, não deixava dúvida de que era mesmo o coração que cantava e não a voz. O show “Elis, 70 anos” reuniu amigos de trajetória da cantora, grandes nomes da música nacion...

Israel Kamakawiwo'ole

Israel Kamakawiwo'ole foi um cantor americano, muito popular no seu estado de nascimento, o Havaí. Era descendente de uma linhagem pura de nativos havaianos. Nunca ocultou a sua posição a favor da independência do Havaí e de defesa dos direitos dos nativos. Morreu jovem, aos 38 anos, devido a problemas respiratórios causados pela obesidade mórbida. Mais de 100.000 pessoas compareceram ao seu funeral em 1997. O caixão de madeira estava no edifício do Capitólio, em Honolulu. Suas cinzas foram espalhadas pelo Oceano Pacífico em M'kua Praia. Um de seus álbuns mais famosos foi Facing Future, de 1993, trabalho que o lançou para a fama mundial. Nele encontramos a faixa "Somewhere over the Rainbow - What a Wonderful World", com a voz suave de Israel Kamakawiwo'ole acompanhada pelo seu ukulele.

Histórias e curiosidades

. Muitas histórias são contadas sobre inspirações para músicas, algumas verdadeiras, outras lendas... Fiquei conhecendo uma delas só agora, através do caderno Ilustrada da Folha de SP, que falava sobre o lançamento do álbum “All in One”, de Bebel Gilberto. E aproveito para lembrar o Profeta Gentileza, o avô de Zé Ramalho, a "Maria" de Djavan... “Acabou chorare” Nunca me perguntei de onde vinha esse nome. Marcus Preto escreveu: “... foi composta por Moraes Moreira e Luís Galvão a partir de uma frase de Bebel Gilberto. Ainda bem pequena, ela a disse quando seus pais, João Gilberto e Miúcha, a acudiam de um tombo. A menina costumava misturar português e espanhol, graças a uma temporada vivida no México. Quando viu os mais velhos em volta, aflitos para saber se ela tinha se machucado, Isabelzinha limpou as lágrimas: "Acabou chorare, papai". O episódio foi relatado aos amigos baianos e nascia ali um clássico da MPB.” “Gentileza” A história desta é mais...